Atendimento odontológico para gestantes

Será que eles dão a devida importância que merece a Odontologia durante a gestação? Será que os médicos têm o conhecimento dos estudos atuais e de extrema relevância, relacionando doenças bucais com possíveis desagrados no período gestacional? Não é raro o cirurgião-dentista receber encaminhamentos que ordenam a utilização de um medicamento específico, sendo que nem sempre é o mais indicado para o tratamento daquela alteração, mesmo que o medicamento indicado seja seguro para a gestante.
Por preocupação ou não, observa-se que as mulheres, durante o período gestacional, procuram evitar a consulta odontológica. Diversos mitos sobre o atendimento odontológico nessa época poderiam ser as explicações de todo esse receio. Sabe-se, entretanto, que a consulta odontológica realizada como complemento do pré-natal médico é de suma importância para a manutenção da saúde geral da gestante. É possível que, se essa informação fosse dada à gestante pelos próprios obstetras, o medo e a discriminação aos dentistas diminuíssem bastante. O próprio Ministério da Saúde Brasileiro ressalta a necessidade do acompanhamento odontológico durante o período gestacional.
Mas, será que a gestante tem o conhecimento da importância do acompanhamento odontológico? Na maioria das vezes, se não informada pelo médico, ela desconhece essa informação.
Sabendo-se da importância do atendimento odontológico durante o período pré-natal, o acompanhamento odontológico deveria sempre ser realizado, quer para prevenção, quer para tratamento. O cirurgião-dentista, portanto, deveria estar preparado para tal atendimento, conhecendo as alterações fisiológicas e psicológicas da paciente, o que, na maioria das vezes, não é observado.
O receio existe para aqueles que não têm a devida preparação para atender gestantes. Será que eu posso anestesiar? Qual anestésico devo usar? Quantos tubetes? Não vou prejudicar o bebê? E a radiografia? Posso utilizar? Poderíamos descrever inúmeros questionamentos que surgiriam durante o atendimento, mas a maior preocupação é a de algum procedimento trazer prejuízos para a gestante e para o bebê. Dentro deste contexto, poderíamos dizer que o receio do cirurgião-dentista despreparado pode ser maior que o da própria gestante.
A preocupação deixa de ser exclusivamente da paciente e passa a atingir o profissional. Esse é um momento que deve ser evitado, de modo que, caso sinta-se inseguro para o atendimento, o dentista tem a obrigação de encaminhar a paciente para outro profissional preparado.
Fonte: Odontomagazine, escrita por Julio Cesar Bassi